Artistas reivindicam pagamento de prêmios propostos pelo Governo do Estado de Rondônia
Artistas de Rondônia tentam, há sete meses, receber os prêmios da SEJUCEL
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| Artistas cobrando providências da SEJUCEL |
Nas últimas semanas, os artistas
de Rondônia estão divulgando uma hashtag nas redes sociais, “ #depositaSejucel”
na tentativa de sensibilizar o Governo do estado afim de que seja cumprida a
Portaria nª 105, publicada no Doe de 07 de setembro de 2017, através do qual se
cria o Prêmio Jango Rodrigues iniciativa“que visa atender
o segmento do Teatro, sob a responsabilidade da Coordenação de Cultura, por
meio do Núcleo de Editais, promovendo assim à ampliação da produção do Teatro
do Estado de Rondônia, bem como a desburocratização do acesso aos recursos
públicos pelo segmento artístico-cultural em questão, além do aquecimento da
economia da cultura em âmbito estadual”. O resultado foi divulgado em Dezembro do mesmo
ano, veja o processo http://rincaocultural.ro.gov.br/…/premio-de-teatro-jango-r…/
No entanto, até a presente data, os prêmios não
foram pagos ou sequer foi produzido qualquer documento que assegure o pagamento
dos mesmos, assim, inviabilizando a execução de todos os projetos
contemplados. Rafael Barros, artista rondoniense, vencedor do Prêmio de Teatro
Jango Rodrigues, propôs projeto na categoria de Residência Artística, em
que voltaria ao Museu Bispo do Rosario Arte
Contemporânea/RJ, depois de residir lá em 2016, com Norte-Colônia, visando
continuidade da pesquisa em saúde mental e performance art. Nesta pesquisa
proposta ao prêmio estão a cinegrafista Raissa Dourado e a
facilitadora/provocadora Priscila Maia. Em entrevistas ao
blog, Rafael afirma que: “Ser selecionado no primeiro
edital de teatro não tem sido, até agora, um mar de rosas. A SEJUCEL não tem
pressa de pagar artista. Inviabiliza assim, as pesquisas, ações e intercâmbios
dentro e fora do estado, não só minhas, mas de uma série de artistas que, junto
a mim, foram contemplados. Acredite ou não, artista é profissão. Me programei
para realizar minha pesquisa no Museu Bispo do Rosário Arte Contemporânea, do
RJ, prevista no projeto aprovado, e sem a verba, a pesquisa não tem como
iniciar. Todo esse impasse torna impotente nosso esforço, nosso trabalho, nosso
nome e - principalmente - a arte rondoniense”.
Luciano
Flávio de Oliveira, Professor do curso de
Licenciatura em Teatro na Universidade Federal de Rondônia, foi selecionado na
categoria montagem e, desde então, desenvolve o espetáculo com alunos do Curso
da Universidade, segundo Luciano a estreia estava prevista para julho, mas a
data já foi adiada por inúmeras vezes. “É lastimável para os
artistas de teatro, é muito ruim para a imagem do governo e mostra todo o
descaso dos políticos com a cultura no estado. Surgem iniciativas boas, e os
vencedores não recebem. Estou montando o projeto Inimigos do Povo por
conta, não paguei ninguém até agora. Nós estrearíamos em julho, adiamos para
agosto, agora adiei para novembro, não temos dinheiro para nada. O governo
precisa encarar a cultura como negócio, além da importância na formação da cidadania,
a cultura gera renda, emprego. Tenho 17 pessoas na equipe que ficaram muito
empolgados com o prêmio, com a possibilidade de trabalhar e receber um cachê.
Sinto muito pela equipe que está entrando no mercado de trabalho e já passam
por essa decepção, pedagogicamente é muito negativo, pois o curso de teatro
possui poucos alunos e com essas decepções piora tudo. Espero que a SEJUCEL e o
governador, Daniel Pereira, vejam que o retorno ao estado por realizar os
editais até o final será muito maior que o investimento”.
Valdete Sousa, artistas rondoniense, selecionada na
categoria Festivais com o Festival Amazônico de Monólogos e Breves Cenas que
teve duas edições(2015-2016) com edital público do Basa e caixa econômica,
respectivamente. Afirma: “Em 2017, não conseguimos realizar o Festival,
então ficamos felizes com a seleção no Prêmio Jango Rodrigues. Mas, o
Festival corre o risco de não acontecer mais um ano, estava previsto para a
primeira semana de Agosto/2018, porém será impossível para essa data. Sabemos
que cultura em Rondônia não é prioridade, mas esse pensamento precisa ser
mudado, os prêmios pareciam ser essa mudança, mas, no momento, está se
revelando o verdadeiro ‘cavalo de tróia’. Muito bom encher a boca para dizer
que criou diversos prêmios para a cultura, mas, apenas abrir processos em
páginas on-line não produz resultados, tem que cumprir o que promete”.
No dia 05 de julho de 2018, os artistas foram até a SEJUCEL verificar o
andamento do prêmio, recebidos pelo Superintendente Rodnei Paes e seus
assessores, foram instruídos a procurar a SEPOG. Parte da comissão
voltou à SEPOG, no dia seguinte, para verificar o andamento do pagamento dos
prêmios dos editais de cultura e o parecer que os membros receberam foi
"Procurem a SEFIN". Já na Secretaria Estadual de Finanças (SEFIN),
este foi o parecer: "Procurem a SEJUCEL".
Além do Prêmio Jango Rodrigues, segue no mesmo
estado de inércia o Prêmio de Fotografia Dana Merril com diversos artistas
aguardando para dar continuidade aos seus projetos. Não contente, a SEJUCEL
abriu edital para a 2ª edição dos Prêmios de música “Zezinho Maranhão” e de
dança “De Palma” que estão em fase de habilitação, desde o início do ano, sem
ter resultado até o momento. Chagas Peres, trabalha com dança de salão em
Rondônia há 25 anos, encaminhou proposta para o Prêmio de dança e afirma que a
falta de respeito em relação aos artistas que se inscreveram no
edital causa: “ Imenso prejuízo moral, pois ficamos desacreditados
diante da comunidade, ao enviar o projeto, a SEJUCEL solicita que tenhamos
definidos os parceiros e os artistas atuantes, no meu caso, são mais de
duzentos participantes (pessoas com necessidades especiais, idosos) e seis
parceiros da comunidade, são escolas da rede pública que nos forneceram cartas
de anuência firmando parceria, isso gerou uma expectativa junto à professores e
alunos que passaram a cobrar de mim o início do projeto e até o momento não
tenho resposta de quando poderemos iniciar as ações.”
Por fim, é ano de eleições e todas as respostas
convergem para as questões burocráticas que envolvem o estado, para a
morosidade do sistema, entre outros argumentos. No entanto, o estado teve sete
meses para resolver esses impasses e vem literalmente ludibriando os
profissionais da arte, que cansados de todos as respostas ensaiadas, e-mail
prontos que enviam para qualquer pergunta que se faça, apelam para a
publicidade das redes sociais e imprensa.


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